31.1.12

Introspecção I

Onde começo e acabo eu?
Instante breve! À procura do sentido!
Aconteço antes, ou depois do fim?
Vá para onde vá, caminho de onde venho.
Fujo de mim. Contratempo!
Sou tudo que tive mais o nada que tenho.
Sou talvez, entre o não e o sim, onde fico por dizer!
Onde cada dia aconteço!
Tão intangível! Tão nunca meu!

Março 2002
Porto

30.1.12

DÉCLARATION, RICHEPIN Jean

L'amour que je sens, l'amour qui me cuit,
Ce n'est pas l'amour chaste et platonique,
Sorbet à la neige avec un biscuit;
C'est l'amour de chair, cést un plat tonique.

Ce n'est pas l'amour des blondins pâlots
Dont le rêve flotte au ciel des estampes
C'est l'amour qui rit parmi des sanglots
Et frappe à coups drus l'enclume des temps

C'est l'amour brûlant comme un feau grégeois
C'est l'amour féroce et l'amour solide.
Surtout ce n'est pas l'amour des bourgeois.
Amour de bourgeois, jardin d'invalide.

Ce n'est pas non plus l'amour l'amour de roman,
Faux, prétentieux, avec une glose
De si, de pourquoi, de mais, de comment.
C'est l'amour tout simple et pas autre chose.

C'est l'amour vivant. C'est l'amour humaine
Je serai sincère et tu seras folle.
Mon coeur sur ton coeur, ma main dans ta main.
et cela vaux mieux que leur faríbole

C'est l'amour puissant. C'est l'amour vermeil.
Je serai le flot, tu seras la dune.
Tu seras la terre, et moi le soleil.
Et cela vaut mieux que leur clair de lune

LES CARESSES; RICHEPIN, Jean; 1890, Paris, G. CHARPENTIER...

27.1.12

O meu jardim

Vivo em torno de eixos cósmicos
Sobre abruptos abismos
Por onde o silêncio sai
E a noite vive
Sob um raio de sol centrípeto
E uma locomotriz vontade de sonhar
Tenho um jardim por duendes e dragões povoado
Azul, é a cor dos meus sonhos
Um só azul, de mar e céu
Sonhos em que o céu mergulha no mar
E em que o mar sobe ao céu
E há sonhos que não sonhei...
Há caricias que não te fiz...
Há beijos que te imaginam!!!

Federico García Lorca - ROMANCE DE LA LUNA, LUNA - Voz y montaje musical...

26.1.12

Onde a ilusão é uma vida inteira!

Na sombra, na solidão...
No silêncio da noite
Calada!
Onde tudo é nada
Onde tudo se desfaz
E se refunde no nada
Entre um turbilhão de sombras
Onde a ilusão é uma vida inteira!
Corro... Corro até encontrar o vento
Qual vela que tem sede
Da força movedora da sua atitude
Que rasga os ares com fragâncias
Oriundas do teu corpo
Alterando um mundo passado
Criando um novo, feito de Ti!

25.1.12

Sonha a noite

Na praia lunar sonha a noite!
Teu corpo nu, sorri à lua cheia...
Com teus lábios pintas caricias no meu corpo...
Recordando que sou tão só para o teu dia,  noite!
Lábio a lábio, cabelos, um a um...
Ouvindo o teu coração, que num palpitar tremendo, sabia à tua boca...
A quinta essência de Deus, tão amena...
Quinta essência, deste pecado!
Desta vontade de me saciar em teu corpo!
De serenar esta vontade ardente!
Insaciado de ti, do teu sorriso tão beijado...
Que encerra sonho, um mundo verdadeiro, do meu sonho, delicia...

Leve, a pele! É pena!

  • A "coisa" mais triste do mundo
  • É termos pena de nós mesmos
  • É ter poemas esquecidos
  • na vida!
  • É ter mãos atadas num corpo
  • quente!
  • É ter um corpo e não ter
  • alma!
  • È ter o tempo a morder os calcanhares
  • e não andar!
  • É não viver o carnaval!
  • Que é todo o ano festa para a alma!
  • É uma pele proíbida!!
  • É uma pele, é uma pena!

24.1.12

Em noites escuras...

Sou sombra a flutuar... Fugindo ao vento!
Que fala com o silêncio...! Em noites escuras...
Onde nuvens mensageiras, se desfazem no ar!
Sobre o enterro de mitos, só com as pedras a chorar
Rasgo o mistério das mentes moribundas
Quais serpentes venenosas que mordem! Em noites escuras...
Apagando o amanhã! Destruindo a ternura...
Varro as sepulturas, apago a ideia da morte!
Escalo a montanha inacessível!
Da minha alma...
Ternura, muita ternura me vem
Por fim, cansado, deito-me num lago cheio de luar
Onde agarro o infinito com as mãos!
Que ninguém me procure...
Porque sou sombra! Sombra do teu sorriso vasto!

23.1.12

Deleite...

Na alma de que se é, a que resiste

Das amarguras, a vivida, as alegrias sofridas

Rebeldia inata, In concebida.

Um ganhar perdendo…

Um morrer In tenso de vida.

Libertina!

Sombras da alma, alegrias…

Poemas vividos, a amar…

A doer vividos! A frio…

Uma chuva morna em suado corpo

Que sabe a que molha, e não molha…

Feromonas de Amor, em deleite…!

A fazer um plano no ar…!

Rolando numa onda enroladas...!

LA DÉCADANSE - JANE BIRKIN & SERGE GAINSBOURG - (1971)

De te fazer inocência em pecado de mulher.

Qual raiz, espalho-me para ti
Num lento correr
Abraço a vida que deixaste adormecida
Sinto o vértice do Amor
Curvo-o...
Até encontrar a tua boca
Que me sabe a princípio..
E onde esqueço o pensamento..! E a razão...
Que me tanto faz sofer quando te vais...

Fico a ouvir a chuva bater horas, no chão, lá fora...
Quebrando o silêncio...
Este silêncio de ti...
Esta vontade intensa, de te vestir assim nua...
Tão forte e apetecido querer
De te fazer inocência em pecado de mulher.

21.1.12

Anna & Pat Metheny - This is not America

mr ("amor"),[ mry ("amada")... Maria

Estrela, Diamante, Princesa, Perola
Procurei-te sempre, sem te encontrar nunca...
Cruzei rios e oceanos em barco indeléveis de espuma!
Alma de quem ama e sofre e não se cansa...
Ventos que teimaram na erosão duma procura desgastada!
Por ti vivo, e sem ti viver não quero...
Quero gastar-me a'mar-te!
Sem esperar pelo tempo, que já lá vai!
Não há tempo que vem, há tempo que foi!
E o que ainda não foi, terá ido brevemente!
Miragem, Rubi, Quimera, Esmeralda
Contigo acordado sonho
Acorda-me a cada manhã
E ao amanhecer não vás!
Não me faças saudade mais
Flor, topázio,sonho meu...
Vejo-te, revejo-te e desejo-te

19.1.12

Jane Birkin - Quoi

Içar as velas,a ventos de fantasia...

Nas sombras dos dias
Em que te madrugo e me deito
Que até o fim é princípio,
Que o princípio é o fim...
Voragem onde os sonhos se consomem..
No vasto mar do meu sonhar...
Nos sonhos em que te sinto! De que não quero acordar!
Doce sofrer, doce sentir, este sentir que é o meu!
Nesta espera que o tempo devolva o tempo...
Para então plantar um beijo em cada angústia
Onde semeio sementes de nada...
Neste tempo em que não vivo, ou que te vivo morrendo...
Nesta fonte de sentidos, em  que me sacio...
Na água duma sede...

Je T'Aime....Moi Non Plus -- Jane Birkin & Serge Gainsbourg (in HD)

18.1.12

Nice Hindi

Frio...

A conjugação do ser e do querer...
Preenche a linha da vida!
Alicerçando o futuro!
Que pode ruir!
Errante, na confusão...
Que perturba!
Em cada instante, buscando um sentido...
Que me assombra!
Um frio de morte percorre-me as veias...
Olho o vazio e farejo motivos...
Que não vejo. mas existem!
Levito entre desfiladeiros!
Ensanguentando as ideias retorcidas.
Pelo peso do desalento...
Sinto perder a razão de mim...
Sinto o pesadelo, que me cega...
Passo a passo, esquina a esquina.

14.01.2012
05h40m
Na minha cidade,
está frio!
Não me lembro de tanto frio...!

17.1.12

Limbo

Encontro voz na pele
no teu corpo exaltado
sedento de amor
onde as tuas mãos levam as minhas
em que a tua boca me bebe
me fala de sentido
de sentir
num palco de seduções
por ti alienado
onde escondo os meus segredos
em forma de semente
num limbo onde se esconde o amor
onde o desejo cresce
e efervesce
Ahhh!!!! Que bom ter-te, em ti viver!

Um recado que estou louco por contar

Trago um recado
de mãos de dadas
de abraços
de carinhos
um recado que estou louco por contar
excitado por estar vivo
e de poder voar
nas asas dos teus sonhos
no teu sorriso
onde reencontro a luz, no teu poente
no meu
luz que me aprisiona, no medo de te perder
na luz do fim do dia
quando te entrego o recado
que louco transportei todo o dia
... - Amo-te! E quero Amar-te até ao fim dos meus dias!

Carminho- Escrevi Teu Nome no Vento

15.1.12

Eu


A Verdade procurei. Procurei por onde pude.
Confundi-me nas introspecções, nas falsas questões.
Um dia, separei a luz das trevas. Encontrei-me. Vi o meu eu. Não era o que supunha ser.
Impávido, como que adormecido, esperava-me, esperava que o encontrasse.
Nesse reencontro comigo, cresci, num instante ganhei a vida, a minha vida.
Hoje visito-me, entendendo e entendendo-me, bebendo da minha fonte.
Anos perdidos na minha duvida, de ser eu. Da minha realidade,da minha eternidade.
Olho o infinito, eternizando-me. E comigo, todos os instantes vividos.
Até um dia em que serei eu o infinito.

14.1.12

Amor profundo

Sou feito de Amor
e nasci de Amor puro, imaculado

nas minhas veias corre Amor
Amor profundo

o meu corpo irradia Amor
puro
imaculado
amamentado a Amor

os meus braços de abraços
vivem

vivo-te, Amo-te!

Amor desejado

Amor sofrido
feroz
diluindo-se
no fogo
lento da renúncia.

Nem uma voz
povoa
os olhos ácidos
inchados
doridos
de doer.

Só o teu sorriso
resumido
e sem mácula
por tanta solidão
e Amor desejado.

Eu em ti e tu em mim

Senti-te, e no entanto não te senti
Não te sinto e  no entanto sinto-te
Nunca te senti e ainda te sinto
Pois o teu sentir é o sentir com que te senti.

Pois o meu eu és tu, e tu és eu,
e eu sou tu. Somos nós.
Pensas tu em mim, penso em ti eu
Sentes em mim, sinto-te em ti.

Semelhantes, eu em ti e tu em mim!

12.1.12

Possivel(mente)...






 Inspiração, estado da alma. Semente da mente.

 Triste, apaixonado, soturno, feliz! Revoltado, arrebatado!                           Demente!

 Razões que só a alma sente.                                                                          Razoavelmente!

Nuances da psico, soltas.                                                                               Repentinamente!

Mente a mente, com verdades e não!                                                   Verdadeiramente!

Serpentinas do inconsciente!                                                                   Sub-repticiamente!

Lufadas dementes, de mentes!                                                                       Sofregamente!

Que pensam, que sonham, que extravasam.                                           Electricamente!

Somente, só mente! A mente só!                                                                   Isoladamente!

Deleites da memória. Consciente!                                                                   Alegremente!

Charadas, parábolas, metáforas, e outras retóricas!

Travessuras dementes, somente!

Racionalmente escrito em pseudo estado de demência, atribuido a um conflito psíquico entre o autor e a sua mente!

City of Lights HD Version

Santana - Samba pa ti

10.1.12

E de repente, tudo perdi...



Pelas ruas caminho
Ruas que foram minhas
Não as conheço, reconheço
Eram minhas... Perdias!
Não sei porquê nem como...
Foram-se as ruas, em que caminho
Foram-se as cores
Foram-se os cheiros
Assim como os edifícios, fontes, estátuas, pontes...
As minhas pontes, a essas ainda as sinto, mais que nunca as sinto
Sinto-as na passagem
na miragem,da outra margem...
Sinto-as na paisagem, sinto-as minhas...
O rio também
O rio também ficou, não o perdi
A correr, correr de água, até ao mar...
O mesmo mar
As gaivotas são outras
Os candeeiros não sei
A luz sim, é a mesma, tingindo o granito
Tingindo o preto e o branco
Os vultos com que cruzo, são outros também
Os mesmos mais velhos...
De repente tudo mudou,
Muito acabou, muito perdi
Os meus caminhos, as minhas ruas
Não sei delas...
Percorro triste, procurando...
Com a angustia de saber que aqui nada encontro
Com a dor de saber que onde procuro ela não está
Procura demente esta...
Pelos caminhos que antes meus eram
Pelas ruas caminho!!!

Som da Chuva

9.1.12

No meu peito!



Só a vida terrena lhe poderá por fim, mas continuará, continuará até um novo reencontro...


No meu peito, cresces !
Dizendo, escrevendo-te
Numa ausência presente
Que me torna demente
No meu peito, floresces !
Na angustia da duvida,
da incerteza que faz doer
Entregando-te, sem receber
Numa chama que se consome
No meu peito, a arder!
 Recordações de amanhã
 Paixão que se fez dor
Sentir de medo
No meu peito, a doer!

Manuel Freire: Pedra Filosofal

Te Amo. (Pablo Neruda)

7.1.12

Procol Harum - A Whiter Shade Of Pale -2006

Moody Blues - Nights in White Satin

Compensar



Sem meio, nem fim,
vontade de completar sem ter como,
falta,
faltar tudo,
o resto,
o meio e a continuação do meio,
sentir o inicio e nada mais que isso,
impotência para continuar,
 para levar em diante,
um não ter forças nem vontade.
Um acordar sem ter dormido,
sem ter sequer adormecido,
um acordar acordado…
Compensar,
com pensamento…
Sem pensar!!!

6.1.12

Orgasmo Psicadélico



Ver-te! Sentir que és real...

Beijar-te!......................................................................
.....................................................................................
Depois amar-te!
.........................
Ter-te!
........................
Possuir-te!!..................................................................
....................................................................................
....................................................................................
Estar fundido em ti.....................................................
....................................................................................
E olhar-te!!!
Com um prazer jamais tido...
Flutuar.........................................................................
.....................................................................................
.....................................................................................
Olhando-te!
.....................................................................................
Não querer teminar!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

5.1.12

Pink Floyd - Wish You Were Here

A Terra é plana!


Atrasos culturais, socialmente impostos!

Tabus. Preconceitos…! Defeitos!

Estados institucionalizados na alma, no ser. Do não poder! Do não querer!

Ser, o que querem que nós sejamos. Não pensar! Obedecer!

Confusões do espírito, da alma, do ser. Induções!!

Mentalidades retrógradas são mais fáceis de convencer. Manipulações!

O rebanho não se tresmalhará, será uno. Indivisível! Obediente!

Nunca ultrapassar a linha…! Alinhados! Etiquetados!

A Terra é plana! Não, a Terra é redonda! … Sacrilégio! …Fogueira!

Ovelhas negras, tresmalhadas, são apontadas! Punidas! Crucificadas!

Superstições! Medo de infernos…! Credos…!                       

Limites, fronteiras para a alma, medos induzidos no berço…

Inquisição! Obrigações do status, nada fora do sitio… !!!

Compulsividade Obsessiva Imposta! Composta!

Por dogmas ultrapassados, que se mantêm em voga…! Fora de moda!

Em mentes tacanhas! Que no rebanho seguem, umas atrás das outras, ordeiramente, disciplinadamente, sem tugir nem mugir…

Sem poderem ser, pensar, querer, sonhar…

Sem poderem amar…

Mortas vivas!  Vazias!!!

4.1.12

David Fonseca "Kiss Me, Oh Kiss Me" - Live In Loop

Viver o presente !!!!



Nas horas passadas que se perderam,
 nas vidas que por viver se findaram,
   nas promessas que disso não passaram,
     promessas, vãs, que assim ficaram!
       Nessas e nas outras que se esgotaram,
         intensas vividas,
           espremidas da sua seiva,
              de vida mirradas…

Nessa amálgama de tempo, tempo não há!
  Tempo foi, que já não é… !
    Tempo  que foi passado, que já não move, imóvel!
       A ver passar! O presente!
         Que corre! Que move!
            Galopando imponente, no tempo!
               O tempo presente!
                  Que tudo agita ao passar, com a sua energia!
                      Que real que ele é!
                          Com vida! Convidando à vida !!!
                             Viver o momento ! Viver o agora! 
                                Viver o presente!  Viver é isso!!! 
 O resto, é recordar, é muitas vezes lamentar, é chorar !!!
                                      Por isso viver é imperativo, viver o já!!!

2.1.12

Viajando no Abstrato

Vou-me deixar cair nos braços do vento!!


Numa curva do desejo...
O horizonte dum beijo!
Quebra a sombra da saudade..

Vou-me deixar cair nos braços do vento!!
Deixar por ele levar!!!
Para longe...
Pois é lá, mais longe...!
Que tudo fica mais perto...!