10.1.12
E de repente, tudo perdi...
Pelas ruas caminho
Ruas que foram minhas
Não as conheço, reconheço
Eram minhas... Perdias!
Não sei porquê nem como...
Foram-se as ruas, em que caminho
Foram-se as cores
Foram-se os cheiros
Assim como os edifícios, fontes, estátuas, pontes...
As minhas pontes, a essas ainda as sinto, mais que nunca as sinto
Sinto-as na passagem
na miragem,da outra margem...
Sinto-as na paisagem, sinto-as minhas...
O rio também
O rio também ficou, não o perdi
A correr, correr de água, até ao mar...
O mesmo mar
As gaivotas são outras
Os candeeiros não sei
A luz sim, é a mesma, tingindo o granito
Tingindo o preto e o branco
Os vultos com que cruzo, são outros também
Os mesmos mais velhos...
De repente tudo mudou,
Muito acabou, muito perdi
Os meus caminhos, as minhas ruas
Não sei delas...
Percorro triste, procurando...
Com a angustia de saber que aqui nada encontro
Com a dor de saber que onde procuro ela não está
Procura demente esta...
Pelos caminhos que antes meus eram
Pelas ruas caminho!!!